I SNEA – Atas

EDUCAÇÃO EM ASTRONOMIA: AUTONOMIA DOCENTE EM ATIVIDADES EXPERIMENTAIS ATRAVÉS DA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES (CO19)

Autores:

Tais Rodolfo de Almeida (UFMS), Rodolfo Langhi (UFMS)

Palavras-chave:

formação continuada de professores, educação em Astronomia, atividades experimentais, atividades experimentais não estruturadas, autonomia docente

Há mais de 2000 anos, um grego chamado Eratóstenes (funcionário da biblioteca de Alexandria) mediu engenhosamente o raio da Terra utilizando apenas noções básicas de trigonometria e Astronomia. Em 2010, as escolas brasileiras puderam participar do Projeto Eratóstenes, um projeto originalmente argentino em que escolas de alguns países da América Central e do Sul reproduzem o experimento feito por Eratóstenes, encontrando uma medida final para o raio da Terra, através da interação entre professores e alunos de cada escola, e entre as escolas participantes. O experimento não possui roteiro fechado, ou seja, trata-se de uma atividade experimental não estruturada, onde cada escola define com sua parceira o melhor material a ser utilizado e os melhores métodos de realizarem suas medidas. O objetivo central deste artigo é relatar como o Projeto Eratóstenes proporcionou a introdução da Astronomia no Ensino formal, de maneira interdisciplinar e autônoma. Um levantamento de artigos da área que abordam o uso deste tipo de atividades revela uma predominância de experimentos estruturados ou semi estruturados, indicando uma determinada carência em fontes de informações a respeito de atividades experimentais não estruturadas no ensino de Astronomia, justificando nossa preocupação neste trabalho. A literatura nacional recente mostra que os pesquisadores têm apontado para o uso das atividades experimentais no ensino de Ciências e Física como uma das estratégias mais eficientes para despertar o interesse e a dedicação do aluno, levando em consideração também a forte componente observacional e prática da Astronomia. Uma das importantes considerações sobre as atividades experimentais é a de que não há contribuição efetiva na utilização de kits, roteiros prontos, procedimentos fechados e mensuração de resultados experimentais esperados, uma vez que impede a autonomia do professor e aluno no processo de ensino-aprendizagem. É neste contexto que nossa questão de investigação está estruturada: quais elementos garantem a autonomia docente na elaboração e execução de atividades experimentais de maneira a contribuir efetivamente no ensino de Astronomia? Desenvolvemos esta pesquisa no contexto do Projeto Eratóstenes Brasil, vinculado ao Programa Casa da Ciência da UFMS, com o apoio da Coordenadoria de Extensão, Cultura e Desporto, da Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis (CEX/PREAE/UFMS), através de atividades de formação continuada de professores da Educação Básica. A pesquisa está sendo desenvolvida durante o processo de formação continuada de uma amostra de professores participantes do Projeto Eratóstenes desde 2010. Em 2010, participaram do Projeto escolas de 11 estados brasileiros distintos. Neste Projeto, duas escolas distantes de, no mínimo, 400 km entre si trocam dados de suas medidas e calculam o valor final, através do compartilhamento de dados. Pretendemos concluir, através da análise dos dados obtidos por meio de entrevistas com uma amostra de participantes do Projeto, se este modelo de formação continuada de professores, proporciona, de fato, meios de capacitar esses profissionais para que estes possam exercer com autonomia a sua profissão, ao elaborar e aplicar atividades experimentais não estruturadas no ensino interdisciplinar de Astronomia, verificando assim a eficiência deste método no aprendizado.

Arquivo do Trabalho:

SNEA2011_TCO19