I SNEA – Atas

ANÁLISE IDEOLÓGICA DA REPRESENTAÇÃO FÍSICA DO SISTEMA SOLAR NA SÉRIE LUCKY STARR DE ISAAC ASIMOV (CO13)

Autores:

Rosana Marques de Souza (Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP), Luís Paulo Piassi (Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP)

Palavras-chave:

sistema solar, literatura infanto-juvenil, ficção científica

Em nosso trabalho de pesquisa investigamos o uso da literatura infanto-juvenil de ficção científica (FC) para ensinar física. Temos procurado verificar se a série Lucky Starr de Isaac Asimov, com aventuras situadas em vários planetas do sistema solar, tem potencial para ser usada como instrumento didático não somente para ensinar conceitos científicos, mas também para abordar temas mais gerais relacionados aos problemas e situações relacionados à ciência e vividos pela sociedade. No presente trabalho apresentamos um recorte dessa pesquisa: a análise da representação conceitual do sistema solar veiculada na série, do ponto de vista sociocultural e suas eventuais implicações pedagógicas. Ao longo dos livros da série o narrador procura sempre formar uma imagem visual do sistema solar e dos planetas em que se passam as histórias. Para cada planeta onde se passa uma aventura, o narrador se coloca no lugar de um observador lá situado, chamando a atenção para aspectos que ressaltam as diferenças em relação à experiência terrestre. A descrição de fenômenos astronômicos e de conceitos físicos a eles associados é realizada cuidadosamente em toda a série, de acordo com o conhecimento da época. A perspectiva da narrativa tem como ênfase aspectos sensoriais e a comparação valorativa da experiência vivida. Formula-se uma espécie de turismo virtual científico, em que o destaque é a fruição dos fenômenos, com maior destaque aos valores simbólicos do que aos valores materiais. A série, mais que veicular conceitos científicos, procura impressionar seu jovem leitor com as maravilhas da natureza empregando valendo-se da experiência pessoal e de ferramentas conceituais, sobretudo da física, para imprimir uma visão positiva e grandiloquente da ciência. Em sala de aula, seria pouco ambicioso usar a série apenas para apresentar e questionar conceitos. Entre outras, a visão triunfalista da ciência ali implícita mereceria um exame crítico em aula.

Arquivo do Trabalho: 

SNEA2011_TCO13