I SNEA – Atas – Comunicações em Painéis

ASTROFOTOGRAFIA NA LATA – UM DIÁLOGO ENTRE CIÊNCIA E ARTE (CP70)

Autores:

Paola Danielle Ferrete (EACH/USP), Silvana Duarte Bezerra (IF/USP), Ailson Dias da Silva Junior (IG/USP), Júlio César Klafke (ICET/UNIP)

Palavras-chave:

Astrofotografia, Câmera de Orifício

A oficina de astrofotografia na lata se propõe a interligar duas atividades bem sucedidas desenvolvidas com o público que visita o Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade de São Paulo: a oficina de fotografia na lata, que explora os princípios da fotografia através da câmera de orifício (pinhole), e a atividade de observação do céu com o telescópio Zeiss de 175 mm. A atividade de observação do céu, por sua vez, ocorre em duas modalidades: a observação do Sol, realizada com as escolas que visitam o parque durante o dia, e a observação do céu noturno com o público que assiste as palestras mensais de divulgação científica. Ambas atividades, de oficina e observação do céu, exercem grande fascínio e aguçam a curiosidade de seus participantes. Uni-las vem de encontro com a preocupação de agregar diferentes atividades em uma abordagem interdisciplinar.

Nossa primeira proposta foi adaptar a câmera de pinhole, a mesma utilizada na oficina de óptica, à ocular do telescópio, mas logo vimos a conveniência de construirmos um dispositivo autônomo, uma câmera de orifício própria para fotografar o Sol e a Lua direto em papel fotográfico.

A câmera usada consiste de um tubo de papelão cilíndrico com comprimento entre 1,5 e 2 m. Em uma das extremidades, a objetiva, um pequeno orifício permite a entrada da luz do objeto a ser fotografado e na extremidade oposta é colocado o papel fotográfico, onde a imagem do objeto projetado é registrada. Como na oficina de fotografia na lata, os alunos montam e revelam seus papéis no laboratório.

Como a astrofotografia em papel requer um tempo maior do que a fotografia usual para que ocorra sensibilização adequada, durante esse tempo discorrermos sobre o processo fotográfico, a história da fotografia, da astrofotografia e de sua contribuição para o avanço do conhecimento astronômico e científico em geral.

Com o público em geral, na observação noturna, exploramos outras dimensões da atividade, como expor o papel diretamente no plano focal da objetiva do telescópio ou utilizar a câmera de orifício para obter imagens da Lua em suas fases mais luminosas. De certa forma, levamos o público a reviver a velha astrofotografia em placas de vidro, só que com papel fotográfico. Os papéis são revelados na própria cúpula, que apesar da poluição luminosa da cidade de São Paulo, ainda possibilita um ambiente escuro o suficiente para uma revelação segura. O paralelo com a fotografia digital é inevitável e o público é incentivado a obter imagens afocais com suas câmeras pessoais e celulares.