I SNEA – Atas – Comunicações em Painéis

MODELOS MENTAIS, CONCEPÇÕES ESPONTÂNEAS E ALTERNATIVAS DE DISCENTES E DOCENTES SOBRE ESTAÇÕES DO ANO (CP7)

Autores:

Heitor Silva Sabota (Universidade Federal de Goiás / Secretaria da Educação do Estado de Goiás), Paulo Henrique Azevedo Sobreira (Universidade Federal de Goiás)

Palavras-chave:

Estações do Ano, Modelos Mentais, Concepções Espontâneas

A adoção de Modelos Mentais, Concepções Espontâneas e Alternativas para a compreensão das Estações do Ano pode proporcionar diferentes formas de entendimento do tema. Diversas pesquisas realizadas apontam que os diferentes Modelos Mentais e Concepções apresentadas por alunos e professores resultam em formas livres de interpretação sobre o assunto, que na maioria das vezes apresentam-se diferenciados dos atuais modelos científicos adotados. De acordo com os estudos voltados para a compreensão do processo de ensino-aprendizagem sobre Estações do Ano, tem se verificado o constante uso de algumas representações específicas. Desta forma a apreensão do tema abrange também a noção de dois modelos chamados de “Terra Cambaleante” e “Modelo de Distância”, ambos apresentados por Parker e Heywood (1998). Para evidenciar tal situação foi utilizado como referenciais teóricos algumas representações e interpretações apresentadas e pesquisadas por Osborne (1991), Schoon (1992), Camino (1995), Barrabín (1995), Bisch (1998), Trumper (2000), Campos e Araújo (2003) e Oliveira, Voelzke e Amaral (2007). Os modelos abordados por Parker e Heywood (1998) tentam explicar como ocorrem as mudanças das estações de acordo com as características principais de cada uma destas concepções teóricas. No “Modelo de Distância” a imagem da órbita elíptica do Planeta Terra – com exagerada excentricidade – constitui-se no fator determinante para a explicação da alternância de estações climáticas. Neste caso tem-se a impressão que a aproximação do planeta com o Sol gera significativo aquecimento e consequentemente o seu afastamento em relação à estrela causa um resfriamento, justificando assim a presença sazonal das estações Verão e Inverno. Na representação “Terra Cambaleante” a noção da inclinação do eixo de rotação da Terra encontra-se presente, porém de forma equivocada. A idéia nesta demonstração induz o entendimento da existência de outro movimento que faz o eixo de rotação da Terra oscilar em uma escala de tempo bem menor. Assim, de acordo com o modelo, a inclinação do eixo de rotação da Terra estaria direcionando um hemisfério para o Sol no Verão e no Inverno esta mesma inclinação apontaria na direção oposta. A partir destas representações foi realizada uma classificação inovadora de cada um destes Modelos e Concepções, com o intuito de diferenciá-las quanto aos referenciais observacionais Topocêntrico/Geocêntrico ou do Heliocêntrico, pois estas misturas de idéias provocam erros conceituais para explicar as estações do ano. Como resultado da análise das Concepções e Modelos verifica-se em algumas concepções que há confusão entre os sistemas de mundo Geocêntrico e Heliocêntrico, revelando uma deficiência no ensino e na compreensão teórica de ambos os referenciais, uma vez que os professores e alunos recorrem ao uso de Concepções Alternativas decorrentes do modelo Geocêntrico e/ou Heliocêntrico. Assim ao se verificar o constante uso destas formas interpretativas é revelada uma deficiência no processo de aprendizagem dos sistemas de mundo defendidos por Ptolomeu e Copérnico. A partir desta classificação torna-se mais evidente a separação entre os grupos de imaginários de explicações para as estações do ano, e isso possibilitará novas pesquisas e investigações para auxiliar o entendimento dos fatores que levam à elaboração e à manutenção destes Modelos e Concepções.

Arquivo do Trabalho: 

SNEA2011_TCP7