I SNEA – Atas – Comunicações em Painéis

O ENSINO DA FÍSICA E ASTRONOMIA DESMISTIFICANDO A ANTIMATÉRIA (CP69)

Autores:

Helder Moura Guedes (Universidade Federal Rural de Pernambuco), Pâmella Marcelle Dornelas de Melo (Universidade Federal Rural de Pernambuco)

Palavras-chave:

Antimatéria, Big-bang, ensino da física, ensino da astronomia, física, educação

A antimatéria para muitos é vista como um mito e para outros como o futuro, uma oportunidade. A obtenção e o estudo da antimatéria necessitam de um profundo conhecimento em física e química.

Observa-se assim uma oportunidade de explicar assuntos físicos (campo magnético, cargas e energia) e químicos (propriedades dos átomos), criando aulas mais atrativas por tratar-se de um assunto que passou a ser popular e mitológico, principalmente após o Livro “Anjos e Demônios” de Dan Brown e filme homônimo, que mostra a antimatéria como algo estável, de fácil armazenamento e transporte, com utilização prática inclusive como arma, criando assim a ilusão de uma aplicação imediata.

O estudo da antimatéria também pode focar em explicar a origem do universo, fornecendo uma aplicação prática e dinâmica para o estudo e divulgação da astronomia para os alunos do ensino médio que estão sempre em busca de respostas. Assim, pode-se alcançar a reflexão necessária às próprias conclusões sobre os conhecimentos obtidos nas aulas de física e química.

Acredita-se que o professor pode inovar o ensino das ciências mantendo consonância com as propostas dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que prevêem que as ciências devem ser expostas como um conjunto de conhecimentos específicos que ajudem os alunos a conhecer e lidar com os fenômenos naturais e tecnológicos, a partir de experiências e conceitos construídos no cotidiano escolar.

Atualmente percebe-se uma resistência dos alunos frente às ciências exatas, especialmente a física.  Muitos professores, por falta de formação apropriada, sentem dificuldade em reverter este quadro e falham em despertar o interesse e a curiosidade do aluno para o estudo e entendimento dos fenômenos. Acredita-se que alunos mais motivados para o estudo da física e da astronomia, podem alcançar melhor qualidade profissional, base do avanço cientifico e tecnológico nas próximas gerações.

Trata-se de um projeto de extensão onde os alunos do 3º ano do ensino médio de uma escola estadual foram convidados a assistir o filme supracitado, seguido por um momento de discussão para exposição das percepções do aluno sobre a antimatéria. Ao colocarem suas opiniões falou-se um pouco do que é a antimatéria hoje, como é obtida e estudada, suas verdades e fantasias. Por fim, foram contextualizados conhecimentos científicos através de práticas, como: corrente elétrica, campo eletromagnético e composição dos átomos. Com exemplo foi usada a “garrafa de antimatéria”, formada por oito pólos gerados por imãs supercondutores criando um campo magnético usado como armadilha para “capturar” a antimatéria.

Após essa experiência pôde ser percebido que os alunos envolvidos demonstraram maior interesse pelos fenômenos eletromagnéticos, pois aumentaram seus questionamentos enquanto sujeitos do processo.

O estudo da antimatéria mobiliza físicos, químicos e astrônomos de todo o mundo. Parte do princípio que a matéria e a antimatéria foram criadas em iguais quantidades e ao reagirem entre si foram formando o universo. Acredita-se que não podemos encontrar a antimatéria de forma natural. E por isso pesquisadores têm trabalhado diariamente para recriar a antimatéria, para utilizá-la principalmente, como fonte de energia.