I SNEA – Atas – Comunicações em Painéis

CONHECIMENTO CIENTÍFICO E COTIDIANO EM ASTRONOMIA: UMA INVESTIGAÇÃO COM ALUNOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA (CP66)

Autores:

João Batista Vieira, (Universidade Federal de Uberlândia) e Marcos Daniel Longhini, (Universidade Federal de Uberlândia)

Palavras-chave:

Conhecimento Científico, Conhecimento Cotidiano, Astronomia

Este texto apresenta resultados de uma investigação que teve como objetivo, investigar como os conhecimentos científicos e do cotidiano relacionados a essa área de conhecimento se apresentam na escola de Educação Básica, especialmente, em alunos do Ensino Médio prestes a deixar a Educação Básica. Para a realização da pesquisa, utilizamos como recurso metodológico a aplicação de um questionário estruturado contendo 47 questões, organizadas em duas categorias: Conhecimento Cotidiano e Conhecimento Científico. As questões da categoria “Conhecimento Cotidiano” possuíam afirmações relacionadas a crendices, contos populares, especulações e outras temáticas do gênero, as quais, geralmente, estão fora do círculo de discussão da comunidade científica, talvez por não serem consideradas como objeto de estudo da ciência. As questões da categoria “Conhecimento Científico” são relacionadas a conteúdos específicos de Astronomia, as quais são compartilhadas pela comunidade científica e aceitas, pelo menos provisoriamente, como possuindo fundamentação científica. Os colaboradores escolhidos para o desenvolvimento do trabalho, foram alunos do Ensino Médio de uma escola da rede estadual de ensino do estado de Minas Gerais. Os resultados da pesquisa estão descritos em dois quadros, onde as respostas referem-se no que os estudantes acreditam ser: mentira, verdade, parcialmente verdade ou não sabem responder. As questões do questionário referente a conhecimentos científicos, abrangia as categorias: Estrelas, exceto o Sol; o Sol e seus movimentos (aparentes); Lua; Planeta Terra e corpos de pequenas dimensões. As questões relacionadas ao conhecimento cotidiano, abrangia as categorias: Cometa, Estrela e Eclipse; Astrologia; Fim do Mundo e Lua. Concluímos que, possuem ainda concepções de temas Astronômicos persistentes à mudança, como por exemplo, fases da Lua relacionadas à melhor período para o corte de cabelo e também para o plantio; estrela cadente e ocasião perfeita para se fazer um pedido.  Pareceu-nos também, não estar claro que existe um ciclo de vida para as estrelas na concepção dos alunos, nem compreensão clara sobre movimento de translação da Terra. Em relação as marés há indícios de não compreenderem o fenômeno. Entretanto, podemos observar no que diz respeito a mitos e superstições, que quase não existe influência destes entre os alunos. Não podemos esquecer que os alunos formam, desde os primeiros anos nos diferentes espaços de vivência, nas suas interações e práticas sociais cotidianas um conjunto de saberes para se comunicarem no interior de seus grupos de convivência, o que os auxilia a orientarem-se no seu mundo material e social e a comandá-lo. Portanto, ao trabalharmos com os alunos determinados conceitos científicos, é importante lembrarmos que o professor não opera no vazio; os alunos são sujeitos de saberes, práticas e, dessa forma constroem e reconstroem saberes. Cabe ao professor ouvir os estudantes e reconstruir junto deles os conceitos científicos. Acreditamos que o ensino de Ciências na Educação Básica deve lidar criticamente com o conhecimento cotidiano e científico e, assim, efetivar a Ciência como disciplina educativa, formativa e libertadora.

Arquivo do Trabalho:

SNEA2011_TCP66