I SNEA – Atas – Comunicações em Painéis

DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES E EXPERIMENTOS EM UM CURSO DE EXTENSÃO EM ASTRONOMIA (CP63)

Autores:

Aline Tiara Mota, Ricardo Meloni Martins Rosado (Mestranda em Ensino de Ciências-Universidade Federal de Itajubá, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – Campus Sertãozinho)

Palavras-chave:

ensino de Física, Astronomia, Curso de Extensão, Experimentos

Este trabalho tem como base um curso de extensão em Astronomia para alunos do Ensino Médio que teve três edições realizadas na Universidade Federal de Itajubá. O curso foi oferecido semestralmente entre agosto de 2005 e dezembro de 2006 para alunos de escolas públicas e privadas da região de Itajubá – MG. Serão apresentadas principalmente as atividades experimentais que foram desenvolvidas.

A primeira atividade prática proposta foi a observação do movimento aparente das estrelas no céu. Essa atividade foi intitulada “Elevação e Distância Zenital de uma Estrela” e os alunos puderam observar a posição de estrelas no céu e estudar os movimentos, utilizando um sextante de baixo custo para medir a elevação. A variação dessas posições proporcionou a construção de um gráfico do movimento, pelos alunos.

A segunda atividade simulava, através de um software gratuito, o winstars, o movimento anual do planeta Marte. Com o auxílio dessa simulação foi possível observar a diferença entre as trajetórias dos planetas internos e externos.  Com isso, foi possível problematizar: “o modelo geocêntrico é capaz de descrever a órbita de todos os planetas?”. Em seguida, seguiu-se uma discussão sobre os modelos geocêntrico e heliocêntrico.

Na terceira atividade, magnitudes estelares, os alunos tiveram a oportunidade de visualizar os problemas que a fisiologia da visão causa às observações astronômicas e perceber por que a medição da intensidade luminosa de uma estrela com aparelhos apropriados é necessária. Através de um aparato com lâmpadas, pôde-se verificar que a diferença de brilho entre a lâmpada dissipando 100W e 70W é tão pequena para os nossos olhos quanto a diferença de brilho entre a lâmpada dissipando 30W e 25W. Ou seja, nossos olhos não percebem a intensidade luminosa de forma linear e, com isso, conseguiram fazer uma analogia às magnitudes estelares.

Na quarta atividade, para a verificação do espalhamento Rayleigh, fez-se um experimento bastante simples. Um aquário cuja base possui 20 cm de comprimento por 10 cm de largura preenchido até uma altura de 10 cm de água é colocado sobre uma mesa, de modo que seja possível vê-lo de todos os lados. Ligam-se três LEDs (um azul, um verde e um vermelho) de alta intensidade (também chamados de quantum-dot LEDs ou simplesmente QDLEDs) a duas pilhas de 1,5V e aponta-se o conjunto a uma das paredes do aquário, fazendo com que os feixes de luz atravessem-no pelo seu comprimento.

Observou-se que atividades práticas aplicadas para problematizar ou demonstrar fenômenos que estão ligados à Astronomia, podem contribuir para que os alunos compreendam melhor alguns conceitos. Notou-se um envolvimento e preocupação com a qualidade dos dados obtidos, principalmente na primeira atividade, relacionada ao movimento das estrelas.  Percebeu-se  um grande interesse entre os alunos em construir os gráficos. Acredita-se que a terceira e quarta atividades contribuíram para a compreensão de fatores importantes na obtenção de dados astronômicos, como a questão do espalhamento e luminosidade.