I SNEA – Atas – Comunicações em Painéis

O CÉU COMO ESPAÇO DE DIALOGO CULTURAL E CIENTÍFICO (CP62)

Autores:

Sandro da Silva Livramento Machado (Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Florianópolis), Marcos Aurelio Neves (Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Florianópolis) e Pedro Machado Gama (Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Florianópolis)

Palavras-chave:

cultura astronômica, ensino de astronomia, recursos didáticos

Mais antiga entre as ciências, a Astronomia se notabiliza pelo fascínio que exerce sobre estudantes e o público em geral, fascínio que remonta à Grécia e Babilônia antigas e mesmo civilizações anteriores. Uma saudável curiosidade dos estudantes e do público em geral pela astronomia contrasta com um elevado nível de desinformação sobre essa ciência. Como resultado, eventos simples como eclipses ou a origem das estações do ano estão além da compreensão da maioria dos das pessoas. Essa situação está em flagrante descompasso com o atual nível da pesquisa astronômica, cujos avanços permitem descrever com segurança fenômenos como a formação e a evolução de planetas, estrelas, galáxias e do próprio universo como um todo, desperdiçando-se uma excepcional oportunidade de atrair estudantes talentosos para a ciência. Numa época de crescente urbanização onde a luz da cidade nos afasta cada vez mais do contato cotidiano com o céu noturno, cabe ao IFSC resgatar o estudo da Astronomia na formação básica de nosso(a)s adolescentes e jovens e de integrar outras áreas de conhecimento para esta formação. Hoje em dia, esta formação se estende muito além do domínio da astronomia propriamente dita, uma vez que esta área da ciência tem estreitos laços com temas como história, matemática, computação, física, química e geografia. Em suma, a astronomia, com seu inegável charme e apelo, é uma excepcional porta de entrada para o mundo da ciência.  A viabilidade do projeto de Iniciação Científica se assegura pelo fato de que já contarmos com uma história de divulgação da Astronomia nas atividades de ensino do IF-SC, pessoal qualificado e um Núcleo de Estudo e Observação Astronômica José Brazilicio de Souza – NEOA-JBS, já consolidado na Instituição.  Pretendemos neste pôster mostrar como estamos desenvolvendo uma estratégia de aproximação entre a pesquisa de iniciação científica em astronomia para alunos de ensino médio e a comunidade escolar na perspectiva de consolidação de uma cultura astronômica. Para tanto, os alunos de ensino médio participam de grupos de estudos, de elaboração de recursos e estratégias de intervenção didáticas para a consolidação de uma proposta cultural e pedagógica para o ensino de astronomia.  A pesquisa foi desenvolvida  na forma de questionário com dez perguntas sobre a assuntos ligados a temas de cultura astronômica. O público alvo foram alunos do ensino médio e professores de diversas disciplinas da formação geral. As questões buscaram estabelecer qual é a percepção sobre o conhecimento sobre a cultura astronômica  e como este conhecimento está relacionando com sua formação (alunos)  e sua área de conhecimento (professores).  Mostraremos neste pôster alguns resultados parciais desta pesquisa de percepção. Entre estes resultados, ficou constatado que entre os alunos a cultura astronômica está restrita as aulas de física do primeiro ano do ensino médio, na abordagem do conteúdo programático de gravitação. Além disso, mesmo entre os professores de física, poucos fazem relações entre os assuntos ligados à cultura astronômica e suas aulas. Com relação a outros professores de outras áreas poucos fazem qualquer relação sobre este assunto, relegando a fatos curiosos ou notícias especulativas da imprensa não especializada. É interessante notar que mesmo e assuntos com as estações do ano ou o surgimento da vida, nem um dos dois públicos alvos fizeram relação com à cultura astronômica. Com base nesta pesquisa traçamos as estratégias para iniciativas e intervenções. Notamos que para estabelecer um mínimo de diálogo entre os saberes devemos melhorar o fluxo de informação sobre assuntos relacionados à cultura astronômica. Nesta perspectiva devemos, enquanto grupo de estudo astronômicos, propor outras formas de intervenção para além das palestras e observações. Desta formas, com base nestes resultados parciais, a pesquisa caminha para uma segunda etapa que é a investigação sobre quais seriam os interesses da comunidade sobre astronomia. Alem disso, como estabeleceríamos outras intervenções (virtuais ou presenciais, recursos didáticos, formação de professores, etc.) para além das já consagradas, mas limitadas, palestras.